Domingo da Santíssima Trindade
A Solenidade que hoje celebrámos não é um convite a decifrar a mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.
A primeira leitura sugere-nos a contemplação do Deus criador. A sua bondade e o seu amor estão inscritos e manifestam-se aos homens na beleza e na harmonia das obras criadas (Jesus Cristo é “sabedoria” de Deus e o grande revelador do amor do Pai).
A segunda leitura convida-nos a contemplar o Deus que nos ama e que, por isso, nos
“justifica”, de forma gratuita e incondicional. É através do Filho que os dons de
Deus/Pai se derramam sobre nós e nos oferecem a vida em plenitude.
O Evangelho convoca-nos, outra vez, para contemplar o amor do Pai, que se manifesta na doação e na entrega do Filho e que continua a acompanhar a nossa caminhada histórica através do Espírito. A meta final desta “história de amor” é a nossa inserção plena na comunhão com o Deus/amor, com o Deus/família, com o Deus/comunidade.
LEITURA I – Prov 8,22-31
Eis o que diz a Sabedoria de Deus:
«O Senhor me criou como primícias da sua actividade, antes das suas obras mais antigas.
Desde a eternidade fui formada,
desde o princípio, antes das origens da terra.
Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida.
Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido;
ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo.
Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente;
Quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte, quando condensava as nuvens nas alturas,
quando fortalecia as fontes dos abismos,
quando impunha ao mar os seus limites
para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra,
eu estava a seu lado como arquitecto, cheia de júbilo, dia após dia,
deleitando-me continuamente na sua presença. Deleitava-me sobre a face da terra
e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 8
Refrão: Como sois grande em toda a terra, Senhor, nosso Deus!
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes;
destes-lhes poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés:
Ovelhas e bois, todos os rebanhos, e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar, tudo o que se move nos oceanos.
LEITURA II – Rom 5,1-5
Irmãos:
Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus,
por Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelo qual temos acesso, na fé,
a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus.
Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constância a virtude sólida,
a virtude sólida a esperança. Ora a esperança não engana,
porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Palavra do Senhor.
ALELUIA– cf. Ap 1,8
Aleluia. Aleluia.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, ao Deus que é, que era e que há-de vir.
EVANGELHO – Jo 16,12-15
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade,
Ele vos guiará para a verdade plena;
porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido
e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará,
porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai tem é meu.
Por isso vos disse
que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».
Palavra da Salvação.
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